segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Mão alheia...

A propósito do episódio relatado pela querida SCI, recordo um semelhante que aconteceu há anos, era Solteiro um proeminente e já na altura promissor empregado numa multinacional Alemã.

Cenário: edifício de escritórios na EXPO.



Solteiro acaba de almoçar. Deleitado, dirige-se ao WC comum ao departamento para "por a leitura em dia".

Entro no WC. Colegas do departamento financeiro a escovar os dentes.
Tradicional saudação "para o ar":

- Boa tarde...
- Boa tarde Solteiro!

Entro no meu cubículo. Jornal "A bola" debaixo do braço.
Sabem aqueles cubículos que dão imensa privacidade? Era precisamente isso que eu não tinha ali.
Chego ao WC, sento-me.

Oiço uma voz no cubículo do lado:
- Solteiro? És tu?

O meu chefe tinha-me visto através da frecha inferior, pelo espelhado do chão (raisparta a empregada da limpeza!) e estava aflito...

Eu, quase em surdina:
- Eeer... sim?!?

Chefe aos gritos do outro cubículo:
- ÉS TU OU NÃO? TENS PASTILHAS?
ORIENTA-ME LÁ UMA QUE TOU COM OS OUVIDOS TAPADOS DE FAZER FORÇA! NÃO OIÇO NADA...

Neste momento sonhei ser uma personagem do Harry Potter para me poder descarregar dali para fora.



Uma mão assustadoramente peluda emerge junto ao chão:
-VÁ PÁ! ORIENTA LÁ UMA PASTILHA.

Ainda a tremer do susto e da vergonha, remexi no bolso e lá encontrei uma Trident. Como não lhe queria tocar nas mãos (imagem mental de Solteiro e seu chefe de mãos dadas no WC), atirei a pastilha.

Má ideia... Ele não a apanhou e andou a esgravatar por ali à procura dela.
Eu, num acto de misericórdia, tive de a chutar com o pé para junto dele.

Pessoal que estava do lado de fora a rir sem qualquer pudor.
Solteiro sai com uma lágrima no canto do olho.

Cheguei ao meu gabinete, um sortido com pelo menos umas 20 pastilhas elásticas esperavam na minha secretária, junto com um rolo de papel higiénico.






Feliz segunda-feira!

Na mesma sala:
Dir. de Marketing
Dir. Financeiro
Dir. Produção
Dir. Recursos Humanos
Dir. IT
Dir. Geral (chefe de Solteiro)
Assistente executiva
Resp. Logística
Dir. Fabril (cliente)
Dir. Produto (cliente)
Dir. Marketing de Produto (Cliente)

Solteiro chega às 09:45. Lindo, cheiroso e maravilhoso, pronto para conquistar o mundo.

Na sua cabeça vão clichés como: mais um dia, vamos a isso, é segunda-feira. Até os como!!!

Entro na sala. Todas as cabeças se voltam quando tropeço na pega da minha própria mala.

Mortal encarpado e meia pirueta, gritinho de menina e agarro-me desesperadamente à planta que, pobre, não esperava tamanha agressividade numa pacífica manhã de Segunda-Feira.

Cenário 10 segundos depois de eu entrar na sala: um badocha caído no chão, terra de vaso na cara, punhos fechados segurando um par de folhas verdes que arranquei da planta.

Cereja no topo do bolo: estava 45 minutos atrasado. A reunião tinha começado às 09:00 e eu não sabia.

Cereja no topo da cereja: como fiquei com os pés para cima, toda a gente (inclusive eu) se apercebeu que tenho calçadas uma meia preta e outra bordeaux.

domingo, 16 de outubro de 2016

Dois acordes e viajo

Manhã de um sábado qualquer. Ténis de corrida (cá running, qual carapuça...).
iPod, phones nos ouvidos. Shuffle nas músicas. Deixo que a tecnologia me surpreenda.

Primeira música a tocar aos meus ouvidos:


Os meus pés pisavam chão em Espanha, a minha cabeça viajou para a Bélgica, os meus olhos viajaram com o pensamento.
Um sorriso desenhou-se na minha cabeça, outro na minha boca.

Último dia que lá vivi: Lotte foi uma rapariga que conheci uns meses antes de me mudar. Amante de música soul, tal como eu.
E ainda mais raro: uma Belga amante de fado, principalmente Amália e Mariza. Amante do que é bom, tivemos um affair, acabámos amantes um do outro.
Ambos solteiros, eu não queria compromissos e ela só queria alguém que a entendesse.

Deixei o meu apartamento com duas malas de roupa para viajar aos Estados Unidos. Quando regressasse dos Estados Unidos já todos os meus pertences estariam retirados do meu apartamento na Bélgica e mudados ao meu novo apartamento noutro país. Uma empresa especializada encarregar-se-ia disso.

Lotte esperava-me à porta do meu apartamento. Não me deixava partir sem que fossemos a sua casa, acendêssemos as velas de sândalo e, com boa música, nos conectássemos uma última vez. Conhecemo-nos pela música e pela música nos conectámos.

O meu motorista só me esperava às 20:00 para me levar ao aeroporto. Aproveitei as 3 horas que tinha com a Lotte que, de tão intensas, pareceram não mais de 3 minutos
.
Última música que tocou antes de eu partir para sempre daquele famigerado país: a mesma que me surpreendeu pela manhã e me fez querer correr ainda mais rápido.
Aquela que ao fim de dois acordes me levou à Bélgica e me colocou diante de uma pessoa tão especial, com um sorriso inocente e sincero, uns cabelos loiros arranjados de forma despreocupada... um cheiro tão característico!

Ainda hoje falo com a Lotte, ocasionalmente. Já estive algumas vezes na Bélgica mas nunca lhe disse que lá estava.

Por vezes é melhor deixar as coisas no melhor plano em que poderiam ter ficado.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Gaiooooola das loucaaaaaas (I)

Ora então inauguramos mais uma rubrica neste pardieiro a que gosto de chamar blog.

É simples: no mundo dos encontros a primeira impressão "vende" muito.
Há boas primeiras impressões e depois há as que encaixam perfeitamente na Gaiooooola das loucaaaaas!

Vamos então, à primeira impressão, tentar adivinhar a que se dedica a pessoa que se depara na nossa frente numa APP de encontros...

Primeira louca a sair na rubrica:



Nome: Popota Espanhola
Ocupação: era bailarina exótica mas nos últimos 10 anos dedicou-se à compactação de viaturas dadas para abate
Localidade: mundo fantástico do Continente - também já foi vista pela Gafanha da Nazaré na altura das monções
Maior qualidade: é amiga do seu amigo - principalmente se o amigo tiver livre trânsito para o buffet do Tromba Rija
Maior defeito: desafina a cantar
Sonha um dia: conhecer a Fanny para a aniquilar de vez e ficar para sempre com o monopólio de roulottes de farturas na Suíça



Vamos a votos: terei deslizado para a esquerda ou para a direita?

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Dos legados...

Há tempos vi um filme sobre alguém que perdeu o avô. Não me recordo do filme mas sim da mensagem que me tocou tanto...

Após a morte do senhor, o neto procurou viver a vida de acordo com os valores que o avô lhe tinha passado. Uma forma de honrar a sua memória e ao mesmo tempo de o manter vivo dentro de si, como se ao fazer o que o avô tanto prezava, ele nunca morresse. 

E foi aqui que cheguei: quando nos morre alguém querido, repetimos os valores desta pessoa - normalmente por um período de tempo antes de voltarmos aos "velhos hábitos". Usa-se amiúde a expressão "fulana gostava disto, fulano não ia querer isso..."
Se a pessoa for realmente relevante estes valores não se perdem e passam de geração em geração... 

E de repente, mais um pensamento: qual seria o meu legado se, a despeito da triste sorte, morresse já hoje? 
Que valores terei transmitido aos meus, se é que transmiti alguns? 
Como honrariam eles a minha vida? 
Que memórias guardaria cada um deles?  
Seria a minha "marca" relevante ao ponto de os transformar? Perduraria ou desvanecia ao fim de uns meses?
Qual será o melhor legado que, quando Deus queira, lhes posso deixar?



terça-feira, 11 de outubro de 2016

Considerações Corporate (V)

O Vice-Presidente de estratégia da empresa onde trabalho passou dois dias a pedir que façamos uma mudança no shift...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Este é um post aborrecido!

Na educação que me deram, um dos principais valores que aprendi foi o da honestidade.
Quem somos se não formos honestos? Honestos com os outros e principalmente honestos connosco.

Esse é um valor que cada vez mais se perde. Perde-se o valor e perde valor quem tem esse valor.

Explico:
Ser honesto com o que sentimos, expressar emoções que temos para com os outros - deixa-nos numa posição vulnerável.
Ser honesto no emprego, para com o chefe ou colegas de profissão - deixa-nos à mercê de gente maquiavélica, manipuladora e que utiliza mais tarde a nossa honestidade para levar a taça para casa num mundo cada vez mais competitivo.
Ser honesto na escola, falar abertamente das nossas dificuldades - deixa-nos alvo de chacota.
Podia continuar com mais exemplos mas três foi a conta que Deus fez...

Cada vez menos são hipóteses de sermos fieis a nós mesmos e transparecer a nossa honestidade perante o mundo exterior. Resta a honestidade no seio da família e tentar não perder os valores que nos foram impressos por aqueles que nos querem bem...

Ao ser honesto, fico quase sempre a perder. Antigamente ainda tinha o consolo de saber que era fiel a mim mesmo, valores, yada yada... agora questiono amiúde isso mesmo. Será que vale a pena ser honesto?

Quero continuar a acreditar que sim. Quero mesmo sentir que ser honesto vai continuar a ser o caminho e será a mesma honestidade a mostrar-me o caminho.

Serei honesto ao coração. Serei honesto aos que dependem de mim. Serei honesto aos que confiam em mim.


E é esta a música que me define ao dia de hoje. Amanhã logo se verá...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Cimeira Secreta - a vergonha... Vamos acabar com isto!

Inteirei-me através da Palmier de que está a decorrer neste momento uma Cimeira Secreta que pode mudar para sempre o conceito de blog tal e como o conhecemos hoje.

Participam nesta cimeira - diria antes Conclave - Palmier, Dom Pipoco e o Sr. Ministro



Até aqui tudo bem, na minha opinião se calhar snobismo a mais mas ok, ainda se papava.

Qual não é o meu espanto quando vejo fotos exclusivas no blog da querida Mirone. E ao ver estas fotos, fiquei de queixo caído. 

Mal posso imaginar o cenário que vai à porta fechada. Dom Pipoco e Sr. Ministro bailando ardentemente enquanto Palmier ri de forma leviana acariciando Pequena Cutxi.

Isto, meus amigos, é inadmissível.

Não aceito isto. Lamento. Para o destino da bloga ser tratado de forma tão despreocupada, ago vai mal.

Desafio, portanto, Dom Pipoco e o Sr. Ministro para um duelo! Se aceitarem os dois, será um tri-elo. 



O que é preciso é que o destino de todos nós (a carneirada) seja devidamente debatido e não entre um tango e um cha-cha-cha.

Atestado médico

A propósito do episódio da cigana, lembrei-me de outro que me aconteceu há cerca de dois anos.

Lucília, uma colaboradora minha, mulher de meia idade faltou certo dia.
Envia-me um SMS dizendo: "Estou muito mal Solteiro. Não vou conseguir ir trabalhar hoje que estou carregada. Vou ver já um especialista e depois levo justificação."

Dia seguinte, Lucília entra no meu gabinete. Cheirava a cânfora (ela, não o gabinete). Entrega-me um envelope.
Solteiro: Então Lucília, está melhor? Que se passou afinal consigo mulher? (sinceramente pensei que fosse a menopausa).

Lucília: Olhe Solteiro, nem me diga nada. Não tinha dormido nada, andei inchada o dia inteiro, só 'rrotava que nem uma perdida! Enfim, acho que já estou curada!!! Tem aqui a justificação...



Abri o envelope. Dizia literalmente isto:

"Informo que a D. Lucília de xxxx, nascida em xx yy zz, se encontrou incapacitada para o trabalho no dia xx. 

Ao consultar a paciente, saiu uma conjugação da carta do enforcado com o oito de paus, o que indica claramente bruxedo. 
Por esse motivo, confirmei que a paciente é atormentada pela alma do tio-avô, sofrendo de grande mal físico e espiritual, necessitou de tratamento específico e repouso. 

Deverá voltar para uma consulta de seguimento no dia coiso de Julho e antecipadamente solicito a justificação desse dia também. 

Atentamente, 

Professor Bukamame"




Caí da cadeira a rir. A Lucília arrotou e disse: Tio Amílcar, não vai começar outra vez pois não?

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A cigana que me leu a sina


Certo dia, ia eu com um amigo passeando pelos jardins de Belém, quando uma cigana me oferece um ramo de arruda e me pede 2€ para ler a sina.



Aceitei. A cigana começa a "ler" a palma da minha mão e desata aos gritos:

AAAAAAI! AAAAAI QUE O TEU FUTURO TÁ AMALDÇOADE!
TU TÉNS QUE TE BENZERI! 
EU NÃO TE POSSO CONTAR O TÉ FUTURO SENÃO MORRES JÁ!!!

Eu e o meu amigo desatámos a rir.
Disse à cigana: já sei o meu futuro. Vou casar com uma cigana e ter um filho preto...

Cigana entra em modo histeria novamente:




AAAAAAI MALDIIITO! QUERES COMER UMA CIGAAAANA!?!?! 
TÁS AMALDÇOADE!!! VAIS SER ATORPELADO POR UM AUTICARRE!!! MALDIIIIITO!

Saímos mortos de riso. Ao atravessar a estrada, o meu amigo puxa-me para trás de repente.
Um autocarro da carris passa a menos de 50 cm de mim...



Moral da história: 
Nunca gozes com uma cigana histérica

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Já dizia o Toni...

... foi a vida que escolhi

Depois de um voo intercontinental e 3 horas em AVE para chegar ao hotel às 2 da manhã com uma sandes manhosa comprada no comboio no bucho.

Ter o director do hotel à minha espera, amigo pessoal, recebendo-me com um abraço e ter no quarto o melhor que esta terra tem para oferecer: bom jamón, um crianza que não envergonha ninguém e chocolates.
De oferta, merchandising que sei o meu sobrinho vai adorar...


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Conselhos do Solteiro (III)



Para aqueles dias mais emocionais, também o Solteiro tem o seu próprio kit, que partilha agora com o resto do povo.

Apresento-vos o 

KIT CARPIDEIRA!




Ideal para quando:


  • descobrimos que ganhámos 3 kg depois das festas das vindimas em Palmela.
  • sentimos vontade de um abraço e um 'vai ficar tudo bem'.
  • nos morreu o cão, gato, periquito, peixinho dourado...
  • atravessamos a rua e damos de cara com a(o) nossa(o) ex nos braços de um(a) top model.
  • estamos deprimidos mas não nos apetece recuperar. Apetece afundar ainda mais antes da gloriosa reerguida.
  • toda e qualquer situação de carência afectiva, económica, de ferro no sangue... 
  • não há Haagen Dazs em casa 



Vais precisar de:
- uma vela aromática (Jo Malone nunca desilude)












- uma garrafa de Chryseia 2013 tinto (importante respeitar o ano da colheita)












- CD da Ana Moura com a faixa que passo abaixo (esta é especialmente para mim. Escolhei a que se encaixe melhor no vosso motivo de carpição)



Instruções de uso:


  1. Abrir a garrafa. Despejar uma boa quantidade num copo largo. Este vinho não precisa de respirar muito.
  2. Acender a vela.
  3. Apagar as luzes da divisão. 
  4. Play no CD. Música em repeat. 
  5. Adoptar uma posição confortável.
  6. Degustar o vinho. Lentamente. Deixar que o calor do sol que outrora deu vida às uvas e está presente no vinho, entre no nosso peito. 
  7. Fechar os olhos. Viajar dentro dos nossos pensamentos. 
  8. Continuar a degustar o vinho.


Opcional: 

Chorar. A primeira lágrima custa.
Forçamos para que não saia, mas ao viajar dentro de nós, algo tem que sair. Sai sobre a forma de água e sal, os elementos que purificam e limpam a alma.
Depois, por vontade ou teimosia, sai a segunda lágrima. Já não custa tanto esta.
A terceira, nem damos por ela e quando nos apercebemos desfiamos um rosário de amargura e solidão através dos olhos.
A luz da vela ajuda. Mostra-nos a vida. Ilumina mesmo na escuridão mais profunda do peito. ´

Proibido:

Fazer telefonemas.
Consultar redes sociais.




Este é um momento só nosso. Precisamos dele, por muito que custe.
Vocês aproveitem que eu não duro para sempre!




sábado, 17 de setembro de 2016

Muita parra, pouca uva

Hoje falamos de Maria. Húngara. Flirtava comigo há mais de um ano.

Nunca aconteceu nada entre nós, até ontem... 

Conheci a Maria num bar em Bruxelas em Agosto do ano passado. Imediatamente houve conexão e mantivemos uma boa amizade desde esse momento. Sempre houve alguma tensão sexual de ambos os lados mas, porque nunca calhou, nunca chegámos a vias de facto. 

Após um ano de mensagens do género: as raparigas dos Balcãs é que sabem, até teres uma balkona na tua cama nunca saberás o que é bom, la la la vira o disco e toca o mesmo... ontem encontrámo-nos numa conhecida capital europeia (por enquanto) pois por casualidade assistimos ao mesmo congresso. 

Findo o congresso e respectivo jantar de encerramento, fomos ao bar meter a conversa em dia. Conversa puxa conversa, mais um whiskey, mais um gin, mais uma dica de que as Húngaras eram melhores que as Portuguesas e enviei mensagem à minha irmã: Hoje como uma bolacha Húngara. Se perder o voo amanhã foi da indigestão!

Descemos ao meu quarto. Assim que Maria deita as costas na cama, fica quase, quase imóvel. 
Pergunto: Estás bem?
Obtenho de resposta: Yes, yes, yes oh f#ck yeeeeeeeessssss!!!

Imediatamente fico confuso. Como é possível? Ainda nem me despi! 

Pergunto: Já acabaste? Queres parar?

Não quis, nada disso! Maria queria continuar mas não se mexia. Tive que fazer todo o trabalho. Esta imagem salta na minha cabeça:



Deitei-a, voltei-a mexi e remexi. E Maria nada, estava a desfrutar mas nem um músculo mexeu. 
Importa esclarecer que Maria, como boa balkona que é, é uma mulher grande e forte em todos os sentidos. Imaginemos mover uma estátua com 80kg pela cama fora... 

Felizmente tenho uma prima enfermeira que me ensinou a voltar corpos pesados inertes na cama utilizando o lençol. Foi o que fiz, senão não me safava!

Maria fez rigorosamente nada toda a noite excepto gemer de prazer. Depois de mais de duas duas horas a serrar presunto, dei o tema por encerrado. 

Hoje de manhã, ao tomar um chá e um scone, bloqueei o número de Maria. Não gosto de publicidade enganosa. 

Cheguei também à conclusão que deve ser o meu perfume que atrai esta gente. Só pode!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Notas do Solteiro

Hoje fui escrever uma nota no telefone do trabalho.
Estas são as minhas últimas notas.
Digam lá que não estou em constante brainstorming?

Conselhos do Solteiro (II)

Li num blog que sigo fielmente há anos, da querida Mirone, que está com algumas dificuldades em retirar nódoas difíceis da roupa branca.

Como expert em sabonárias que sou, deixo aqui o Conselho do Solteiro que funciona comigo e estou certo resolverá todos os teus problemas!

Vais precisar de:
  • Roupa da qual não consegues tirar nódoas
  • Uma lata velha
  • 1L de gasolina (podes perfeitamente substituir por 2L de álcool)
  • Fotos do teu ex, do chefe, daquela colega cabra que come que nem uma porca e nunca engorda, do vizinho que estaciona sempre o carro todo torto e te obriga a raspar no pilar da garagem para sair... (opcional - funciona mesmo sem este elemento)
  • Caixa de fósforos


Instruções:

  1. Deslocar-se para o jardim de casa. Se não houver jardim, o jardim da vizinha ou um local ermo serve perfeitamente.
  2. Colocar roupa na lata velha. Se a roupa estiver seca funciona melhor.
  3. Regar abundantemente com gasolina (sei que está cara mas não sejam poupados neste passo).
  4. Adicionar as fotos (opcional).
  5. Riscar o fósforo e rir maquiavelicamente.
  6. Deixar cair "acidentalmente" o fósforo para dentro da lata.
  7. Dançar de forma descoordenada à volta do fogo, rindo e cantando músicas wicca (este passo é fundamental!) 
  8. Entrar no carro e dirigir-se ao Freeport mais próximo. É importante que estejamos ainda a cheirar a fumo, cabelo desgrenhado e se possível com os dedos negros de mexer naquela merda.
  9. Repor stock de roupa. Comprar mais umas pecinhas porque nunca se sabe.
  10. Pedir desconto generoso ao funcionário - acreditem que com o aspecto que vamos nos será concedido!



sábado, 10 de setembro de 2016

Vibro-Plate Mexicana

Conheci uma miúda Mexicana no Tinder. Chamemos-lhe Manuela.

Saímos, era a mulher ideal: adora whiskey (como eu), vinho tinto (como eu) e tinha um sentido de humor muito peculiar (como eu).

Num bar em pleno centro da cidade, falámos horas a fio enquanto degustávamos Johnie Walker Blue Label  e dissertávamos sobre os mais diversos temas. Nível cultural alto (me gustaaaaaa).

Manuela abre a mala e tira um objecto negro e comprido. Solteiro receia um atentado terrorista ao estilo cartel mexicano.

Ufff... era uma treta qualquer daquelas que as mulheres usam para se maquilhar.



Começa a escrever no braço as frases que eu ia dizendo.



Red Flag 1) - isto não é inesperadamente sexy. Isto é whiskey.

Apanhámos um Uber e fomos até minha casa. Beija, beija, amassa, amassa e fomos para a cama.


Manuela tira a roupa. Usava espartilho...

Red Flag 2) - não confiem numa mulher que usa espart.... pensando bem, esta questão pode jogar a meu favor no futuro. Esqueçam.


Manuela começa a tremer de prazer. Leram bem, não foi gemer de prazer. Foi tremer! Ainda não estávamos completamente nus e ela parecia que estava no polo Norte.
Pergunto: "estás bem?"
Responde: "Oh siiii cariño!"

Flashback daquelas famosas noites de Canal 18. Que adolescência tão feliz.... cá Pokemons cá o car@lho!

Continuamos a nossa sessão. Manuela tremeu durante todo o sexo. Literalmente TODO! senti-me como se estivesse a fazer o amor com uma Vibro Plate - só que a Vibro Plate não geme à canal 18.

Terminámos. Imediatamente Manuela sai de cima de mim e começa aos gritos: VÊ O PRESERVATIVO!!! CONFERE SE NÃO ROMPEU!!! NÃO QUERO SER MÃE!!! VÊ JÁ!!!

Solteiro ainda nem tinha recuperado o fôlego e já estava compenetrado noutro assunto.

Não houve cuddling (e eu que gosto tanto) pois Manuela foi a correr para o bidé. Correu mais que o Hussein Bolt, garanto-vos.

Levei Manuela a casa. Perguntou-me com voz doce: Amanhã à mesma hora?

Não sei porque carga de água mas disse-lhe que sim.

Hoje fui ao ginásio. Vi isto.



Arrependi-me de ter dito que sim.
Acho que vou comprar preservativos de silicone porque diz que é o que tem mais qualidade.

Conselhos do Solteiro (I)

Meu povo, cheguei à brilhante conclusão de que todo o meu conhecimento sobre a nobre arte de cortejar se perderá caso eu faleça ou tenha Alzheimer.

Como não quero que isso passe - seria uma catástofre maior que o incêndio da Biblioteca de Alexandria - vou começar a partilhar convosco os meus preciosos ensinamentos!

Dou-vos portanto 3 sugestões top, top, top para engatar aquela rapariga numa FNAC, num Mc Donalds, no bar de uma qualquer universidade... enfim; no meio que vos parecer mais adequado (evitem escolas primárias e asilos psiquiátricos).

Apresento-vos: OS KITS DE ENGATE SOLTEIRO!!!

Kit "Vou à FNAC engatar a quarentona solteira pseudo-intelectual que tem pinta de assistente executiva"

Indispensável: os elementos da imagem abaixo:
Executivo que se preze tem que dar um ar de intelectual e bem sucedido. O target que se pretende engatar certamente não leu Tolstoi ainda portanto é uma escolha relativamente segura. 
Normalmente Tolstoi e um carro de luxo fazem o serviço perfeitamente. Não vamos exagerar e começar a ostentar muito. Vamos limitar os objectos de luxo a 2 no máximo, pode ser?

Opcional: um lenço no bolso do blazer; caixa de cigarrilhas; iPhone em cima da mesa (não coloquei senão não podia ter tirado a foto); um copo de vinho.

Proibido: Livros da Margarida Rebelo Pinto, Pedro Chagas Freitas e afins; calças de ganga claras; ténis Converse; beber uma coca-colinha fresquinha; pacote de mortalhas e tabaco de enrolar em cima da mesa.


Kit "Vou para o bar da Católica tentar sacar uma caloira e na melhor das hipóteses marcha uma professora frustrada ou a contina do bar"

Indispensável: os elementos da imagem abaixo:

Estamos a atingir uma franja muito delicada aqui. Temos que mostrar que estamos actualizados no que respeita a literatura pós-tempo do Camões.
O chocolate Suíço (não devemos baixar a fasquia só porque é uma universitária) e a coca-cola são desbloqueadores de conversa. 
Qualquer miúda gosta de chocolate. Qualquer miúda tem sede... qual é a dúvida?

Opcional: iPhone 6S Plus em cima da mesa e iPhone 7 já encomendado; iPad; iPod; Apple Watch; iPhoda-se; uma capa para telemóvel com a bandeira gay (é arriscado mas mostra que somos todos Charlie e não sei quê); relógio em material aborrachado que cheira a petróleo e preferencialmente com cores fortes; ténis running da Nike.

Proibido: revelar a nossa idade; dizer que sabemos quem é o Michael Knight ou o Bud Spencer; livros do Tolstoi; qualquer livro com mais de 400 páginas sem desenhos; desconhecer quem são as ultimas socialites; dizer que não temos conta no snapchat.



Kit "#foreveralone"

Indispensável: os elementos da imagem abaixo:

 
Qualquer Solteiro que se preze e tenha orgulho de possuir não só o livro do HP como uma ampulheta e a varinha mágica do Professor Dumbledore terá que admitir que ficará para sempre solteiro. 
Sinceramente, se levarem isto para um café ou ponto onde possam conhecer miúda, NUNCA digam que foram daqui. Isto é mau, muito mau"

Opcional: o manto da invisibilidade - acreditem dará jeito quando os bullies andarem à vossa procura por toda a parte.

Proibido: se realmente estão a considerar este kit, então foi o mais baixo que desci na minha carreira. Não há limites para a vossa imaginação e portanto nem lista de items proibidos.


E os meus meninos? que truques utilizam?

Até breve.

Solteiro








quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Há tanto que não sabia de ti...

Alguns falam de Karma, outros de Sorte, outros de Coincidência...
Eu, vejo um significado em tudo o que acontece. Deus dá-nos provas da sua existência das mais variadas formas, é verdade.



Ouvi o puto a cantar esta música, pensei em ti. Chorei. Sabes aquele momento em que, rodeado de gente, estás mais só que nunca? Tive um desses momentos: a pele arrepiada, o vazio do coração ainda mais frio que de costume, as pernas que fraquejaram e o medo de sucumbir a qualquer momento. O medo de sofrer. O medo da perda. O medo de ter medo...

Coincidentemente, contactas-me nesse preciso momento. A música a tocar e o "plim" do email que não esperava; palavras tuas que não antecipei.

Eu, o control-freak do costume, não vi esta bola a chegar. E assim me voltaste a tirar o sono, o pouco sono que ainda tinha. Até quando, C.?

Às vezes penso um bocado

Qual o nome que dão ao mercado negro em Angola?

Uma ida à Margem Sul

Convidaram a minha irmã - essa mulher piedosa, amável, amiga de sua amiga, que também está solteira e (que tal como seu tão bem apessoado irmão) também já foi encornada um par de vezes - enfim, foi convidada a ir à Margem Sul (MS) ter com uma amiga.
Como boa covarde que é, não quis ir sozinha - até porque bebe bastante e depois engata com o primeiro que lhe aparecer à frente.

E sim, confesso que isto de ir à margem sul para mim era uma experiência social única. Sempre me disseram que as gajas mais malucas são as do Barreiro e foi aí que a convidaram. Foi precisamente com este argumento que a minha irmã me convenceu.

Chegados ao Barreiro, descobri que ia ser o princípio de uma noite memorável: antes de sairmos da auto-estrada já tinha presenciado um episódio de violência doméstica em cima de uma carrinha de caixa aberta.
Passados por ruas suspeitas, um tal de "bairro das palmeiras" muito rico em xuning e ciganos, chegámos à casa da amiga da minha irmã.

Comemos umas fatias de chourição "poupa-mais" do continente e umas fatias de panrico, bebemos vodka rachmanikov do LIDL e discutimos sexo oral (um dia normal na MS).


Saídos da casa da nossa amiga, disseram-nos que o local mais "in" do barreiro se chamava Hamburgueria Fidalgo situada na Quinta dos Fidalguinhos (Gostei do bairro. Podia perfeitamente ter uma amante aí se me garantissem que aquela gente toma banho). 


O Jantar:
Chegados à Hamburgueria, deparo-me com a primeira desilusão: não haviam gajas boas... Nem uma!!!
O local mais "in" do Barreiro estava pejado de adolescentes tesos (é uma hamburgeria low-cost com pinta de coisa cara) e cinquentonas preparadas para zarpar à danceteria mais próxima para irem àquilo que carinhosamente chamo "a apanha do broche".

A fila para entrar era descomunalmente desconcertante: maioritariamente composta por casais ou grupos onde pululavam homens que queriam impressionar a sua dama mas ao mesmo tempo gastar menos de 12€ por pessoa porque o Saxo GTX rebaixado com jantes da Norauto não anda a água.  
Como a fome era negra (pun intended) e duas fatias de chourição com uma de panrico não puxam carroça, decidimos esperar. A vodka também ajudou à decisão... confesso.

Esperámos mais de 30 minutos. Matámos o tempo como pudemos. A mão-de-vaca da minha irmã nem uma bebida me pagou enquanto esperámos. A gaja do bar até que era gira mas nunca cheguei a perceber se me estava a fazer olhinhos ou se eram tiques. provavelmente eram tiques.













Finalmente lá nos vieram chamar (já estava capaz de comer os lápis de cera que estavam num canto numa pequena mesa IKEA onde se espera que os putos pintem umas folhas rasgadas de um livro ainda carimbado pela biblioteca municipal do Barreiro)!

Conduziram-nos em direcção à nossa mesa, que ficava lado a lado com a copa. Entre muitos detalhes, a melhor parte: vista privilegiada para o WC cuja porta não fechava e me agraciava com a imagem de grupos de cinquentonas a irem à casa de banho em manada... 


Ao fim de 30 minutos de espera e sem ver vivalma, decidimos abandonar as premissas e ir comer a uma roulotte. Afinal, que seria de uma visita à MS sem experimentar os seus famosos food-trucks?

Findo o repasto (melhor dizendo: um hamburger duvidoso com um pão a cheirar a regueifa e uma fatia de bacon) continuamos a senda de excelentes escolhas e quisemos ir descontrair para um bar marroquino. 

O Bar Marroquino:

O Bar Marroquino escolhido foi o Aliba'bar, em Santa Marta do Pinhal. Por ser mais perto de Lisboa (aleluia!) alimentámos a esperança que, por osmose, fosse melhor. Não foi. 

A minha irmã descreve o que se passou no bar excelentemente no seu blog (vejam o link se quiserem). Da minha parte só tenho a dizer que uma vez mais não havia gajas e ainda por cima o dono ofereceu-se para me mostrar a sua "cobrinha".
Fiquei com medo de perder as chaves do BMW porque se as perdesse naquele local escuro demoraria 2 anos a encontrá-las. 

Saímos ao fim de 5 minutos. Trancámos as portas do carro e rumámos a Lisboa como se o armageddon estivesse atrás de nós!

Conclusão:
- Já dizia a minha avó: "Se prezas o teu cagueiro, não vás ao Barreiro".

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Já dizia o Toni

Foi a vida que eu escolhi...


Fenómenos dos funerais

Alentejo. Funeral de um familiar muito querido. Toda a família reunida.

Tia Ermelinda para a filha do defunto:
- Aaai fiiiilha... como tu estás. Tão gorda... Tens que ir fechando a boca, filha.

O meu cunhado para mim:
- A tua irmã está com retenção de líquidos há 6 meses. Tem as pernas que parece um alien... 
(pausa para uma baforada no cigarro)
- Parece que ando a fod#r um colchão de água. 

Menina Carminho, 96 anos, para quem a quisesse ouvir:
- Uuuuui que ele era fresco! Se a mulher soubesse, Deus lhe tenha aialma em descanso, a quantas ele andou a aconchigar as borrêgas!!! Mas era muito bom homem... 

Primo Carlos que está emigrado no Luxemburgo e tem uma mulher toda boa:
- Solteiro, eu gostava muito do nosso tio Chico! Grande homem!!! Ensinou-me tanto. 
(o falecido tio chamava-se Zé)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Considerações Corporate (IV)

Acabo de aterrar em Lisboa. Ao mesmo tempo aterraram dois voos de Angola.
Aeroporto cheio de gente. Cachuchos, argolas, fios de ouro, pulseiras grossas e malas Louis Vuitton por todo o lado.

Praça de táxis a abarrotar. Entro no táxi.
Taxista vai lixado porque o meu percurso não chega a €10 e os angolanos de certeza lhe davam mais.

Vantagem: tou a ir super rápido
Desvantagem: posso morrer

Moral da história:
 🏎💨 =  🔪⚰☠ 👻👻👻👻


terça-feira, 30 de agosto de 2016

Considerações Corporate (III)

A minha presidente executiva numa conferência com chefes de departamento em Lisboa:

- Por mim era mais pelo Ku..

Imagem mental:



Ku é o nome de um colega chinês que queremos importar. 

Considerações Corporate (II)


A directora de recursos humanos da minha empresa chamou-me à atenção.

Porquê, perguntam vocemeseses? Pois porque mudo muitas vezes a minha foto de perfil no whatsapp e isso é sinal de quem tem muito tempo livre.

A minha reacção mental:

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Parece que tenho de te matar

Dizem que não conseguirei amar ninguém enquanto te amar a ti. Que não podes continuar vivendo no meu coração. Mas como matamos alguém que vive dentro de nós?

Dizem que serás sempre presente no meu pensamento enquanto eu consentir... Que ocupas 150% do meu coração e isso não é saudável.

Que direito tens, C. de continuar a ocupar esse espaço? Que direito te deram de me dilacerar física e emocionalmente e mesmo assim eu não te conseguir expulsar da minh'alma? O direito que sei que to dei, sem te dares ao trabalho de o conquistar sequer - o direito de possuíres o meu coração, a minha lealdade, a minha fidelidade? Esse direito já não o deverias ter, C.!

Mas tens, pois é evidente que sim. Diz a terapeuta que é por essa razão que não consigo evoluir emocionalmente. Diz ela e digo-o eu porque o sinto - e sinto-o no coração. Posso negar o que quiser mas o que o coração diz não se nega. Oculta-se como o faço tão bem todos os dias.

Diz ainda a terapeuta que tenho de te matar na minha cabeça. Que tenho de imaginar que morreste e despedir-me de ti. Que o calor do teu beijo, os teus braços à minha volta, a tua cabeça encostada ao meu peito após fazermos amor, o teu cheiro, a forma pragmática com que encaravas a simplicidade e a forma simplista com que resolvias problemas desapareceu.

Que moral temos para exigir a uma mãe que mate um filho? Que moral temos para exigir a alguém que mate a quem ama? Com que moral, C., levaste tudo de mim, tudo o que quiseste levar porque te permiti levar tudo? Com que moral partiste para os braços de outro e deixaste um buraco negro no meu peito? E com que moral não tenho eu forças para te esquecer? Com que moral, repito: tenho de te matar se ainda te amo?

Foi tão bom, C. Foi tão bom que pareceu mágico. Que durante o tempo que passámos juntos não só ocupaste a totalidade do meu coração como o reivindicaste - para sempre aparentemente.
Nunca se pode dizer para sempre pois não morres em vida. Morres em espírito dentro de mim.
Morrerás aos poucos pois sou um cobarde. Na verdade não tenho coragem de te matar "de golpe". Sim, sou cobarde. Sim, admito que o que sinto foi forte - demasiado - e não se elimina com meia dúzia de palavras.

Palavras te eliminarão - as dos meus amigos, da minha mãe que tão boa conselheira é e palavras de alguém com força suficiente para arrebatar o meu coração. Essa pessoa surgirá um dia, tenho a certeza. Esteja eu disponível para a receber...

Gestos te eliminarão - os meus gestos, a minha luta diária em superar-me. Talvez um dia eu recupere os gestos de romantismo que me definiam. Talvez esses gestos não tenham desaparecido de mim e um dia uma mulher seja merecedora deles. E eu os volte a fazer com o mesmo calor no coração com que os fiz para ti.

Então, e porque tenho que o fazer, despeço-me aqui de ti. Simular que morreu aquela que dava vida à minha vida é a maior crueldade que se pode pedir a alguém. Mas se é necessário, com lágrimas nos olhos o faço.

Até quando Deus queira, C.

Solteiro.



C... não falamos há um ano. Esta é a minha banda sonora desde Agosto do ano passado. Não é a "nossa" música. A "nossa" música era especial.
Esta é uma música muito minha. Sabes melhor que ninguém porquê.


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Always be kind, my ass!

Há umas semanas perdi dois amigos por causa de uma bombeira.
Ontem perdi um amigo por motivos religiosos (dele).

Que sa f#da a bondade, é o que tenho para vos dizer.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Reconhecimento fraterno

Quando encontras um amigo no Eleven, já não o vês há colhões e ele te cumprimenta com um sonoro

"Solteiro, you absolute fucking legend!"

Tânia, a tarada do Tinder

Primeiro: quero acreditar que tenho jeito para os títulos.

Segundo: a Tânia foi uma grande mulher.

Grande porque pesava mais de 120kg apesar de na foto de perfil parecer a Amy Winehouse no final da sua vidinha.
Match no Tinder. Encontro marcado. Banhinho tomado, partes baixas limpinhas como recomenda a mamã.
Lá vai solteiro directo ao encontro mais caricato do natal passado.

Ideia: apanhar a Tânia. Ir ao Corte Inglês comprar umas coisas à Jo Malone.

Resultado esperado: matar dois coelhos de uma cajadada - fazia as compras de Natal e ao mesmo tempo impressionava a referida brasa ao ponto de dar a cajadada mais tarde (if you know what I mean...).

Resultado obtido:
Tânia entra no carro. Amortecedores chiam. Carro fica totalmente inclinado para a direita - levei um carro desportivo mas fiquei sentado à altura de um SUV. 

Ao fim de 5 minutos no carro, Tânia tira as cuecas. Oferece-mas e diz que mais logo oferece o conteúdo.
Lado a lado no carro e Tânia envia-me selfies de sua xaroca (adoro esta palavra - obrigado Bernardina) e aparentemente fotos de arquivo de seus fartos seios. 
Aliás, tão fartos que me enviava as fotos divididas porque não cabiam os 2 no mesmo plano.
Neste momento Solteiro já nem quer saber de compras de Natal nem do aspecto físico. Afinal, nunca provei hipopótamo e temos que provar de tudo na vida, já dizia a minha avó.

Ao fim de 15 minutos parados na fila para estacionar e alguma conversa, Tânia confessa que me ama loucamente. Eu começo a questionar a sanidade mental dela e possíveis rotas de fuga para mim.

Expliquei de forma calma que não quero relacionamentos. Estamos ali para uma coisa e é apenas aquilo que espero daquele final de tarde.

Tânia olha para mim com faíscas a sair dos olhos.
- O QUÊ??? MALVADO!!! NÃO SENTES O MESMO? QUERES ENGANAR-ME???
Eu assustado com o plot twist:
- Tânia. Conhecemo-nos no Tinder, ontem. É a primeira vez que nos vemos. Achas que vamos já casar?

Saiu disparada do carro, em plena auto-estrada. A bracejar que nem uma perdida no meio da rua.
Famílias inteiras dentro de seus automóveis a gozar o prato.

Solteiro trancou imediatamente a porta - ainda assim não se arrependesse e voltasse para trás.

Morais da história: 
- A Jo Malone continua a ser a minha loja de eleição para prendas de Natal.
- Engatei a rapariga da loja.
- Não ouvi um 'ho-ho-ho' mas um 'hu-hu-hu'

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Éramos felizes e não sabíamos

Uma das grandes desilusões que tive após regressar ao país ao fim de 6 anos foi que a RFM - outrora grande rádio, agora parece a rádio Kizomba.

A RFM. Kizomba. Refluxo gástrico. Não m'aguento. 
Adeus.

domingo, 21 de agosto de 2016

Separados à nascença


Picante penso que os direitos de autor desta rubrica são seus... longe de mim cometer plágio. 


Quando as luzes se apagam (spoiler no final)

Como bom romântico que sou, levei uma rapariga ao cinema hoje. Guatemalteca e boa todos os dias.

Objectivo: filme de terror para que ela se agarrasse a mim toda a sessão. E no final tivéssemos a nossa própria sessão à meia-luz - if you know what I mean...

Fomos ver esta preciosidade:


Só tenho uma coisa a dizer: bela merd@!

Quando chegar a casa vou apagar as luzes todas a ver se a criatura aparece.

Se aparecer, eu próprio me encarrego de a matar. Pelo dinheirinho que me fez gastar.

Spoiler: a mãe morre no final para salvar os filhos (só porque me apetece poupar-vos uns cobres).

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Considerações Corporate

É impressão minha ou a nível de clientela as urgencias do Hospital CUF Descobertas estão para a saúde como o LIDL está para a venda a retalho?

Em uma hora de espera já vi/ouvi:

- trabalhos de unhas de gel de fazer corar a Ana Malhoa
- kizomba
- toda a espécie de chanatas, alpercatas, havaianas, sandaloca e chinelo best-seller do mercado do pinhal novo
- ringtone do game of thrones - que foi admirado e invejado pelos restantes presentes na sala de espera
- relatos na primeira pessoa da vida sexual de um adolescente obeso - que por si só dá um post
- tatuagens boas, más, assim-assim e casos que mais valia a pena amputação
- teddy-boys de ginásio a chorar com medo de uma colheita de sangue porque "essa cena é bué grossa"

Não fosse pelo meu estilo de vida complicado e passava aqui mais duas ou três horas na boa...

terça-feira, 16 de agosto de 2016

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Síndrome de Tourette

Passado fim-de-semana fui fazer um dia de SPA com a minha irmã.

Entro no meu gabinete de massagem. A simpática terapeuta que me deu as boas-vindas na recepção tinha mudado de semblante... recebeu-me com cara fechada e olhos assustados. Achei estranho mas pensei: "que se f#da, desde que me dê uma boa coça que o stress já escorre pelos poros..."

- Por favor, não me massaje os pés nem a zona da cervical que estou em tratamento. Ah e já me esquecia, não me toque nas orelhas que tenho agulhas de acupunctura.
- errr, com certeza Sr. Solteiro... esteja tranquilo. Queira por favor deitar-se.

Deito-me na marquesa. 90 minutos que pareceram uma eternidade e uma terapeuta de respiração irregular massajou-me com a ponta dos dedos. Massajar se calhar não será bem o termo, mais esfregou-me gentilmente com óleo. Se me pusesse um raminho de tomilho eu estava pronto para o forno.

No final, terapeuta saiu da sala a correr e disse-me para sair quando quisesse.

Saio da "massagem" com uma dor de cabeça e com a puta da telha e vou aguardar pela minha irmã na sala de relaxamento.

Irmã de Solteiro vem, quase a levitar e, com um sorriso maroto, pergunta-me:
- Mano, correu bem  tua massagem?
- Uma merda! A gaja fez isto e isto e isto.... 

Irmã de Solteiro começa a rir às gargalhadas...
- Sabes, é que eu antes de tu entrares falei com a tua terapeuta.
- Sério? Que lhe disseste?
- Disse-lhe que tinhas Síndrome de Tourette e que ela não te podia enervar. Se tu tivesses um "crise" ela tinha que te atirar um pacote de açúcar e sair da sala enquanto antes...




quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ouvido num bar ontem à noite

Duas amigas conversavam na mesa ao lado. Uma diz para a outra:
"Ela perdeu dois anos da vida dela a ser feliz..."

Saí do bar assim

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Senhora no café hoje ao pequeno-almoço


- Ai Solteiro há tanto tempo que não te via! Tás bom!!!
(FYI - no Alentejo estar "bom" é sinónimo de estar gordo)
- Viva dona Carminho, como está?
- Olha filho vou andando aqui com as minhas dores (mostra-me o joanete e uma erzipela no cotovelo).
Eu com espasmos e a tentar segurar o vómito:
- Pois dona Carminho, é a vida... se calhar vou andando que...
- Filho, espera. Queria dizer-te que a minha Filipa também está solteira. É uma grande psicólica sabias? Vou-te dar o númaro dela.




Saí a correr. Imagens de joanetes, erzipela e uma filha psicólica impressas na retina.

Dúvida existencial: que caralh@ é uma psicólica???
1) Psicótica
2) Alcoólica
3) Psicóloga
4) Todas as acima descritas

Alguém me ajuda?

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Sonja, a Croata lunática

O mundo dos encontros é um mundo que mudou radicalmente. Há uns anos convidávamos a rapariga a sair, nunca sabíamos qual seria a resposta dela, podia correr bem ou correr mal, era uma Roleta Russa mas com várias balas na câmara.
Hoje é diferente: com as aplicações de encontros, facebook, whatsapp... Ambos sabemos exactamente ao que vamos! Bem, nem sempre...

Falemos de Sonja, uma de muitas lunáticas que proliferam por este mundo de solteiros fora:
Conhecemo-nos numa aplicação de encontros. Mensagem para aqui, mensagem para ali, bla bla bla, yada yada yada - decidimos encontrar-nos no dia seguinte às 22:00.

Sonja é uma expatriada da Croácia, viajou pelo mundo, fala um Português bastante aceitável e que vive fora de Madrid, numa vila junto às montanhas. Parece bastante normal, pessoa vivida e que teria conversas interessantes de certeza.

Dia seguinte pouco antes das 22h envio um SMS:






































Apareço eu, já com a telha e com vontade de desistir.
Uma pessoa que não conheço de lado nenhum esperava-me irada na rua.

Desculpei-me, salamaleques todos, etc... e ofereci-me para lhe pagar um chocolate quente (era Janeiro e na serra de Madrid neva e faz um frio do caralh@).

"Se calhar caminhamos um bocadinho primeiro" disse ela de forma inocente.

Caminhámos serra adentro em silêncio durante 1 hora, com temperaturas negativas. A Sonja de vez em quando ria sozinha. Eu com o casaquinho mais fino que tinha em casa. Sonja bem abrigada.

Admito que a dada altura até tive medo, não sei se por ver demasiado Criminal Minds ou se pelo facto de ela medir pelo menos mais 15 cm que eu.

Quando lhe perguntei quando queria procurar um bar para nos sentarmos e tomar algo quente para aquecer, respondeu-me que queria continuar a caminhar.

Virei costas e regressei ao meu carro. Gelado por fora, em passo acelerado (quem tem cú tem medo), com vontade de chorar (idem) e a maldizer a minha vida por confiar em aplicações estúpidas.

Moral da história:

Não caminhes por uma hora ao frio porque apanhas uma pneumonia.
Quase ia ficando eunuco com a gangrena.
Nunca mais ouvi falar da Sonja.
Já dizia a minha avó: Não sei se está grizo ou orvalho, mas tá um frio do caralh@.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Marcia, ou como ela diria: Marchhia


Há umas semanas decidi oferecer a mim mesmo uma prenda: massagem erótica com Happy Ending.
Ligo, sou atendido por uma recepcionista muito prestável que imediatamente me marcou uma hora com a "terapeuta" Márcia.

17:00 - à hora marcada lá estava o Solteiro para seu tratamento VIP que incluía sauna, jacuzzi, massagem e Happy Ending - sempre acompanhado de Márcia.

Pagamento efectuado, roupas fora, banhinho tomado, roupão de cetim para ambos. Terapeuta acompanha-me à sauna. Ambiente perfeito: música, velas, aroma bom, sensualidade máxima... até que a Márcia começa a falar.

Passei todos uns looooongos 90 minutos a conter o riso e sem desfrutar da minha auto-prenda, pois a Márcia além de um sotaque Andaluz quase imperceptível, falava à ssshoopinha de masssha.

"Hola cariño, shhoy Marschhia.... Qué grachhioso eres..."
Really???