Funchal, Dezembro.
Chuva e frio e eu mais uma série de passageiros ficámos retidos na ilha por uma noite extra.
Regresso ao meu hotel num taxi partilhado com alguns passageiros e foi aí conheci Clementina (não a fruta, essa já conheço há muitos anos).
Combinámos jantar juntos uma vez que ambos tínhamos ficado sem voo.
Encontrámo-nos no bar do hotel onde ficámos hospedados e Clementina devora os amendoins mais rápido que eu consegui dizer "poncha de maracujá".
Alguns pedaços de amendoim ficaram no seu generoso decote. Ela não se apercebeu e eu tive vergonha de dizer algo.
Se a Madeira tivesse macacos à solta ela estaria em risco, mas como o risco era mínimo eu decidi calar-me e não agoirar a coisa.
Pensei cá para comigo:
- Isto é normal, a rapariga tem fome porque foram muitas horas no aeroporto. Comeu depressa demais e nem se deu conta.
Vem o jantar, espetadas da Madeira.
Clementina fita-me nos olhos enquanto rumina uma fatia de ananás. Foi das coisas mais inquietantes que já presenciei até hoje.
Depois tenta brincar de forma provocante com o pau de loureiro em que vêm as espetadas mas picou-se e soltou um "fod@-se!!".
O jantar prosseguiu com Clementina devorando em segundos praticamente tudo o que nos punham na mesa sem hesitação e, quase juro que vi ainda roubou algumas couverts da mesa do lado quando o casal de Holandeses reformados não estava a olhar.
Depois disto eu já devia saber que devia ter desistido, confiado no meu instinto e regressado sozinho ao quarto, mas nãããããão! Parvo que sou, convidei-a a subir.
Ela insiste em despir-me e a cada peça de roupa que me tirava, pedia "com licença". Depois dobrava a roupa de forma impecável e perfeitamente alinhada no roupeiro.
Eu tinha casaco, gravata, camisa, calças, boxers, meias, cinto e sapatos. Já estão a imaginar quanto tempo isto durou!!!
Então eu (parvo que sou) tentei despi-la. Tirei-lhe o vestido e joguei-o para o chão.
- Nãnãnã... então a mamã do menino não ensinou ao menino boas maneiras?
- O que??? Olha lá, estamos aqui para f"der ou para um workshop de etiqueta com a Paula Bobonne?
Clementina dobra cuidadosamente o vestido. Depois veste-o.
Agarra num pacotinho de gomas do mini-bar, sai porta fora e do corredor atira um:
- O menino devia ter maneiras. Agora já não come mais nada hoje!
- Pelos vistos tu sim! Ainda bem, com o que enfardaste ao jantar ainda me passavas colesterol alto.
- Não me trate por tu que não comemos do mesmo prato!
Fechei a porta, não tenho pachorra para isto.
Passado cerca de uma hora ouvi leves pancadas na porta.
Devia ser a Clementina. Provavelmente vinha buscar as latas de frutos secos do mini-bar.
Eu, parvo-que-não-sou, já não abri.
Ahahahahahahahahahah :D
ResponderEliminarMais uma dessas e largo uns pinguinhos na cueca :D
:D:D:D:D
EliminarAquelas duas famosas palavras: só comigo!!!