quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Uma ida à Margem Sul

Convidaram a minha irmã - essa mulher piedosa, amável, amiga de sua amiga, que também está solteira e (que tal como seu tão bem apessoado irmão) também já foi encornada um par de vezes - enfim, foi convidada a ir à Margem Sul (MS) ter com uma amiga.
Como boa covarde que é, não quis ir sozinha - até porque bebe bastante e depois engata com o primeiro que lhe aparecer à frente.

E sim, confesso que isto de ir à margem sul para mim era uma experiência social única. Sempre me disseram que as gajas mais malucas são as do Barreiro e foi aí que a convidaram. Foi precisamente com este argumento que a minha irmã me convenceu.

Chegados ao Barreiro, descobri que ia ser o princípio de uma noite memorável: antes de sairmos da auto-estrada já tinha presenciado um episódio de violência doméstica em cima de uma carrinha de caixa aberta.
Passados por ruas suspeitas, um tal de "bairro das palmeiras" muito rico em xuning e ciganos, chegámos à casa da amiga da minha irmã.

Comemos umas fatias de chourição "poupa-mais" do continente e umas fatias de panrico, bebemos vodka rachmanikov do LIDL e discutimos sexo oral (um dia normal na MS).


Saídos da casa da nossa amiga, disseram-nos que o local mais "in" do barreiro se chamava Hamburgueria Fidalgo situada na Quinta dos Fidalguinhos (Gostei do bairro. Podia perfeitamente ter uma amante aí se me garantissem que aquela gente toma banho). 


O Jantar:
Chegados à Hamburgueria, deparo-me com a primeira desilusão: não haviam gajas boas... Nem uma!!!
O local mais "in" do Barreiro estava pejado de adolescentes tesos (é uma hamburgeria low-cost com pinta de coisa cara) e cinquentonas preparadas para zarpar à danceteria mais próxima para irem àquilo que carinhosamente chamo "a apanha do broche".

A fila para entrar era descomunalmente desconcertante: maioritariamente composta por casais ou grupos onde pululavam homens que queriam impressionar a sua dama mas ao mesmo tempo gastar menos de 12€ por pessoa porque o Saxo GTX rebaixado com jantes da Norauto não anda a água.  
Como a fome era negra (pun intended) e duas fatias de chourição com uma de panrico não puxam carroça, decidimos esperar. A vodka também ajudou à decisão... confesso.

Esperámos mais de 30 minutos. Matámos o tempo como pudemos. A mão-de-vaca da minha irmã nem uma bebida me pagou enquanto esperámos. A gaja do bar até que era gira mas nunca cheguei a perceber se me estava a fazer olhinhos ou se eram tiques. provavelmente eram tiques.













Finalmente lá nos vieram chamar (já estava capaz de comer os lápis de cera que estavam num canto numa pequena mesa IKEA onde se espera que os putos pintem umas folhas rasgadas de um livro ainda carimbado pela biblioteca municipal do Barreiro)!

Conduziram-nos em direcção à nossa mesa, que ficava lado a lado com a copa. Entre muitos detalhes, a melhor parte: vista privilegiada para o WC cuja porta não fechava e me agraciava com a imagem de grupos de cinquentonas a irem à casa de banho em manada... 


Ao fim de 30 minutos de espera e sem ver vivalma, decidimos abandonar as premissas e ir comer a uma roulotte. Afinal, que seria de uma visita à MS sem experimentar os seus famosos food-trucks?

Findo o repasto (melhor dizendo: um hamburger duvidoso com um pão a cheirar a regueifa e uma fatia de bacon) continuamos a senda de excelentes escolhas e quisemos ir descontrair para um bar marroquino. 

O Bar Marroquino:

O Bar Marroquino escolhido foi o Aliba'bar, em Santa Marta do Pinhal. Por ser mais perto de Lisboa (aleluia!) alimentámos a esperança que, por osmose, fosse melhor. Não foi. 

A minha irmã descreve o que se passou no bar excelentemente no seu blog (vejam o link se quiserem). Da minha parte só tenho a dizer que uma vez mais não havia gajas e ainda por cima o dono ofereceu-se para me mostrar a sua "cobrinha".
Fiquei com medo de perder as chaves do BMW porque se as perdesse naquele local escuro demoraria 2 anos a encontrá-las. 

Saímos ao fim de 5 minutos. Trancámos as portas do carro e rumámos a Lisboa como se o armageddon estivesse atrás de nós!

Conclusão:
- Já dizia a minha avó: "Se prezas o teu cagueiro, não vás ao Barreiro".

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