segunda-feira, 24 de julho de 2017

Das comparações



Todos começamos o dia olhando ao espelho... No meu caso é o primeiro ser humano que vejo a maior parte das vezes assim que acordo. 

Trabalho de mim para mim. Tenho uma vida que felizmente permite dedicar-me a mim, fazer o que quero e quando quero. 

Quantos de nós vivemos em função de outrem? Quanto faço eu pensando que é por mim e na realidade o faço por outrem? Quantas vezes me canso de correr atrás de algo inatingível, a nível pessoal ou profissional e chego ao fim cansado, no limite, e penso: "Qual foi a verdadeira razão pela qual fiz isto ou aquilo?"

Pela minha natureza competitiva, pelo meu passado, por inúmeras razões, persigo uma felicidade que teimo em afastar quando a tenho nos meus braços. Essa necessidade de boicote pessoal que sinto e é o principal motivo de ser solteiro... 

Comparo-me sempre aos "ex" das pessoas com quem estou: serei mais fit? a minha performance é melhor? serei o melhor??? Quero mesmo ser sempre o melhor, em tudo o que faço. 

Ao comparar-me, oblitero aos poucos os sentimentos na relação: os meus e os dos outros. Invoco fantasmas que não existem e crio monstros onde há dias existia apenas felicidade. 

Talvez um dia consiga vencer esta minha obsessão, ser verdadeiramente independente, menos competitivo e ter a tal atitude vencedora que tanto me caracteriza a nível profissional. Se eu conseguisse ser nas relações metade daquilo que sou como homem de negócios, seria o homem mais feliz do mundo, em comparação a todos os outros...

2 comentários:

  1. Por vezes pensamos que seríamos felizes se alcançássemos determinado objectivo. Quando o conseguimos, parece que ainda ficou a faltar alguma coisa para a tão ansiada felicidade.
    Creio que a insatisfação faz parte da natureza humana, o querer mais. No entanto, há momentos em que o melhor é parar e apreciar o que se tem, saborear o que se alcançou.

    A comparação de que falas, muitas outras pessoas também o fazem. Por mim falo, que por vezes me mino a mim própria, talvez por insegurança.
    A tua natureza competitiva faz-te querer ser o melhor, o mais fit, o mais em tudo. Mas talvez estejas a ser demasiado exigente contigo próprio, talvez não precises de ser o melhor em tudo, basta que a pessoa com quem estejas valorize o que és no conjunto - parto do pressuposto que essa pessoa não faz uma checklist com dezenas de critérios e que exija que tenhas nota máxima em todos :)

    É importante que sejamos exigentes, mas não sejas demasiado contigo próprio ;)

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    1. Anónima, tens toda a razão do mundo! O grande problema, meu, aparentemente teu e de tantos outros é o facto de não conseguirmos associar o racional ao emocional.
      Enquanto o cérebro processa o cenário de forma realista, o coração processa o cenário de uma forma tendencialmente mais forte, seja para o bem ou para o mal.
      É um equilíbrio complicado mas alcançável... bem-hajas e sorte para ti :)

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